Quero essa taça.
Essa de puro cristal, cheia de líquido víscido,
Espumante, que extenua olhares fluidos.
Deixa-me deslizar o dedo pela tez da taça
E desenhar formas inexistentes, inusitadas,
Ao remover as gotículas condensadas
Dos vapores do ar.
Deixa-me inclinar levemente a taça
E, delicadamente, pender seu líquido,
Perder o equilíbrio, apreciar as leves bolhas que ascendem
À dispersão.
Deixa-me sorver cada gota dessa bebida,
Que os loucos sacia,
Só os doidos inebria,
E os de dupla alma embriaga.
Deixa-me beber da taça de sonhos improváveis,
Dos devaneios irrealizáveis,
Que somente nas esferas poéticas
São satisfeitos
E satisfazem.
21/12/2009
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