sexta-feira, 5 de março de 2010

Mãos sobre ouvidos


Ouça a chuva,
Os riscos d’água que se lançam dos precipícios,
Nos suicídios mal interpretados.

Ouça a chuva
Por detrás dos vidros
E tente não ouvir os gritos
Das gotas que se desfazem
E se afogam nos seus íntimos prantos.

Cada gota é um mar de canto,
Do lamurio das estrelas,
Que além das fronteiras
Sucumbem em explosões cósmicas.

Olha, vê além da vidraça,
E veja o sorriso sem graça
Das gentes carpideiras,
Dos que levam consigo todo o pranto
Dos nossos mundos prontos
E cômicos.

26/02/2010

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